Introdução

Antes de mais, gostaria de dizer-vos que vim aqui falar bem de todos, e criticar ninguém. Pretendo apenas apreciá-los, etilizar com os conceitos, e, se tiver sorte, desconstruir e criar outros. Se pensar diferentemente, acrescentarei tão somente um ponto, outra perspetiva, e não farei uma conta de subtração às ideias dos outros. Procuro uma versão que tudo acolhe – e sabem bem o que acontece quando nos dão abrigo.

Também não desejo demonstrar inteligência ou impressionar. Venho apenas para a festa, dançar com as imagens, brindar aos encontros e, se necessário, curar a ressaca dos excessos no dia seguinte. Portanto, o mais importante será evitar os fura-festas, os sem potência de criação, os que encerram tudo em caixas, e, colocando-se a um canto, criticam os movimentos dos dançantes, sem alguma vez conseguirem dar um passo de Twist. Dizem que as roupas não são adequadas, que deveríamos dançar mais depressa ou devagar, e que os gestos são demasiado tímidos ou exuberantes. Acontece que as danças tímidas são-no maravilhosamente, e as exuberantes também. O que interessa é ir para a pista, abandonar os recantos escuros dos encerramentos e envolver-se em todas as intensidades da luz. E se um dia o corpo deixar de mexer ou emperrar-se, dança-se como um robot. Ou inventam-se danças ciborgues e organizam-se outras festas. Porque as há infinitas. Basta ter curiosidade e perguntar: onde e com quem posso dançar?

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