20.12.2024

Ontem, fui ouvir o professor José Bragança de Miranda à biblioteca Almeida Garrett, que me surpreende sempre. Não foi meu professor, lemos os mesmos livros sem eu saber que ele também os leu, penso da mesma forma que ele, sem alguma vez ter sabido o que pensava. Parece haver entre nós um grau de parentesco, que viemos do mesmo sítio. Só não sei de onde foi.

Fragmentos da conversa:

É leitor de Stirner, Nietzsche, Foucault e Benjamin. Pratica uma ética da liberdade e da alegria, e o código nortenho da honra. É reitor da maior universidade privada do país, o que para um anarca não está nada mal. (Jorge Sobrado, a apresentar JBM)

"Com a lógica sacrificial, nunca alcançaremos uma comunidade livre, transparente e alegre.

Os nossos objetos espelham os nossos fantasmas. O meu cartão de crédito é o eletrocardiograma dos meus fantasmas.

Na lua, não está lá ninguém, e é magnífica. (Não ter seres humanos não é uma coisa assim tão má).

(Sobre o conceito de produção em Bataille) O consumo utilitário é diferente do consumo exuberante.

A natureza está sempre a produzir, está sempre a enviar coisas, nuvens, plantas, animais.

Não ser mediado pelo Estado, nem pela teoria. Ter uma relação direta com os outros habitantes da terra.

Denunciar não resolve nada. Estar com a maior lucidez dentro do problema.

A negação só nega aos negadores.”

JBM, aqui.

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